Há uma série de correntes na
psicopatologia, que abordam de maneiras diferentes a doença mental. Até que
ponto isso poder bom ou ruim?
Comparação
1) Psicopatologia
descritiva (ênfase a forma) x Psicopatologia dinâmica (ênfase ao conteúdo)
2) Psicopatologia
médica (noção de homem baseada no corpo, no ser biológico como espécie natural
e universal. Doença mental adoecimento do cérebro)x Psicopatologia existencial
(modo particular de existência, uma forma trágica de ser no mundo, de construir
um destino, um modo particularmente doloroso de ser com os outros)
3) Psicopatologia
comportamental-cognitivista (aborda a psicopatologia a partir de uma dimensão
biológica, psicológica e social, o ser humano não é pré-determinado, tem
predisposições biológicas e genéticas ao aprendizado, ou seja, considera as
atividades cerebrais, que interagem com o social. Os sintomas resultam de
cognições disfuncionais, que começam a se delinear na infância (crenças
centrais), ou seja, a forma de interpretar as situações são “aprendidas” e
atuam como um “óculos” ( o indivíduo coloca o óculos para interpretar as
situações). x Psicopatologia psicanalítica (o homem é “determinado”, dominado
por forças, desejos e conflitos inconscientes. O sintoma é uma “solução de
compromisso” com o que é aceito socialmente e os desejos que não podem ser
realizados)
4) Psicopatologia
categorial (fronteira nítida, configurando-os como entidades ou categorias
diagnósticas diferentes e discerníveis na sua natureza básica) x Psicopatologia
dimensional (seria hipoteticamente a mais adequada à realidade clínica. Não haveria
uma classificação dicotômica como na categorial. Sintomas comuns estariam em um
espectro)
5) Psicopatologia
biológica (enfatiza aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e dos sintomas
mentais) x Psicopatologia sociocultural (comportamentos desviantes que surgem a
partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração,
etc.)
6) Psicopatologia
operacional pragmática (não são questionadas a natureza da doença ou do sintoma
e tampouco os fundamentos filosóficos ou antropológicos de determinadas definições,
são exemplos desse modo de abordar a psicopatologia a Cid 10 e DSM-V) x Psicopatologia
fundamental (visa centrar a atenção da pesquisa psicopatológica sobre os
fundamentos de cada conceito psicopatológico, pode ser transformado em experiência
e enriquecimento)
Diante do leque de
possibilidades, é preciso haver um senso crítico por parte do profissional em
relação àquilo que traz o bem-estar ao paciente, e não ficar meramente em
convicções pessoais. É o que tem acontecido, a psicologia tem caído no
descrédito em relação a outros profissionais que atuam de forma interdisciplinar,
assim como na visão da população. Tem sido
vista como uma profissão inócua, que usa de pouca ou nenhuma objetividade,
relegando sempre aos demais profissionais a responsabilidade de intervir. Cumpre
ressaltar, que é possível haver uma combinação de “procedimentos” da psicologia
com a parte biológica/ médica e social. Não é preciso relegar outras abordagens
(o que é costumeiro entre os psicólogos, desconsiderar os conhecimentos de
outras áreas, como a medicina e a biologia, por exemplo) a boa prática em saúde
mental implica na combinação hábil e equilibrada de uma abordagem descritiva,
diagnóstica e objetiva com uma abordagem subjetiva, que considere os valores
humanos, e a voz do paciente, sem reduzi-lo a um rótulo e a aplicação de
técnicas fora de contexto.
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