terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Os principais campos e tipos de psicopatologia



Há uma série de correntes na psicopatologia, que abordam de maneiras diferentes a doença mental. Até que ponto isso poder bom ou ruim?
Comparação

1)      Psicopatologia descritiva (ênfase a forma) x Psicopatologia dinâmica (ênfase ao conteúdo)
2)      Psicopatologia médica (noção de homem baseada no corpo, no ser biológico como espécie natural e universal. Doença mental adoecimento do cérebro)x Psicopatologia existencial (modo particular de existência, uma forma trágica de ser no mundo, de construir um destino, um modo particularmente doloroso de ser com os outros)
3)      Psicopatologia comportamental-cognitivista (aborda a psicopatologia a partir de uma dimensão biológica, psicológica e social, o ser humano não é pré-determinado, tem predisposições biológicas e genéticas ao aprendizado, ou seja, considera as atividades cerebrais, que interagem com o social. Os sintomas resultam de cognições disfuncionais, que começam a se delinear na infância (crenças centrais), ou seja, a forma de interpretar as situações são “aprendidas” e atuam como um “óculos” ( o indivíduo coloca o óculos para interpretar as situações). x Psicopatologia psicanalítica (o homem é “determinado”, dominado por forças, desejos e conflitos inconscientes. O sintoma é uma “solução de compromisso” com o que é aceito socialmente e os desejos que não podem ser realizados)
4)      Psicopatologia categorial (fronteira nítida, configurando-os como entidades ou categorias diagnósticas diferentes e discerníveis na sua natureza básica) x Psicopatologia dimensional (seria hipoteticamente a mais adequada à realidade clínica. Não haveria uma classificação dicotômica como na categorial. Sintomas comuns estariam em um espectro)
5)      Psicopatologia biológica (enfatiza aspectos cerebrais, neuroquímicos ou  neurofisiológicos das doenças e dos sintomas mentais) x Psicopatologia sociocultural (comportamentos desviantes que surgem a partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração, etc.)
6)      Psicopatologia operacional pragmática (não são questionadas a natureza da doença ou do sintoma e tampouco os fundamentos filosóficos ou antropológicos de determinadas definições, são exemplos desse modo de abordar a psicopatologia a Cid 10 e DSM-V) x Psicopatologia fundamental (visa centrar a atenção da pesquisa psicopatológica sobre os fundamentos de cada conceito psicopatológico, pode ser transformado em experiência e enriquecimento)



Diante do leque de possibilidades, é preciso haver um senso crítico por parte do profissional em relação àquilo que traz o bem-estar ao paciente, e não ficar meramente em convicções pessoais. É o que tem acontecido, a psicologia tem caído no descrédito em relação a outros profissionais que atuam de forma interdisciplinar, assim como na visão da população.  Tem sido vista como uma profissão inócua, que usa de pouca ou nenhuma objetividade, relegando sempre aos demais profissionais a responsabilidade de intervir. Cumpre ressaltar, que é possível haver uma combinação de “procedimentos” da psicologia com a parte biológica/ médica e social. Não é preciso relegar outras abordagens (o que é costumeiro entre os psicólogos, desconsiderar os conhecimentos de outras áreas, como a medicina e a biologia, por exemplo) a boa prática em saúde mental implica na combinação hábil e equilibrada de uma abordagem descritiva, diagnóstica e objetiva com uma abordagem subjetiva, que considere os valores humanos, e a voz do paciente, sem reduzi-lo a um rótulo e a aplicação de técnicas fora de contexto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário