Este resumo
é embasado no capítulo “Introdução geral à semiologia psiquiátrica” de Dalgalarrondo
(2008). Primeiramente, é importante entender o significado de semiologia, que em
um sentido amplo é definida como a “ciência dos signos” e não está restrita a
uma área do conhecimento em específico. Dentro da semiologia, há a semiologia
médica que diz respeito ao estudo dos sinais e sintomas que permite ao
profissional avaliar e inferir um diagnóstico, assim como, o tratamento
adequado. Para os psicólogos, é de especial interesse a semiologia
psicopatológica, que estuda os sinais e sintomas dos transtornos mentais.
O signo é o
elemento central da semiologia, por ser um sinal dotado de significação. Na
psicopatologia, os signos de maior interesse são os sinais comportamentais
objetivos, verificáveis através observação direta do profissional ao paciente,
e os sintomas (vivências subjetivas, queixas, narrativas, relatadas pelo
paciente).
De acordo com o filósofo Charles Peirce
há três tipos de signos:
1) O
ícone: o elemento significante evoca imediatamente o significado;
2) O
indicador (índice): a relação entre o significante e o significado é de
contiguidade; o significante é um índice que aponta para o objeto significado;
3) O
símbolo: aqui o elemento significante e o objeto ausente (significado) são
distintos em aparência e sem relação de contiguidade. Não há qualquer relação
direta entre eles, trata-se de uma relação puramente convencional e arbitrária.
Nessa
perspectiva, “os sintomas psicopatológicos têm, como signo, uma dimensão dupla eles
são tanto um índice como um símbolo” (p. 26). Por não ser tão objetivo quanto é
o ícone que denota diretamente o significado.
A semiologia
pode ser dividida em:
1) Semiotécnica:
se refere às técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta dos
sinais e sintomas, assim como a descrição de tais sintomas (através de entrevista,
observação, etc);
2) Semiogênese:
é o campo de investigação da origem, dos mecanismos, do significado e do valor
diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas.
SÍNDROMES E
ENTIDADES NOSOLÓGICAS
Síndromes são “agrupamentos
relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas”. Já as entidades nosológicas, que pode também
ser chamada de doenças ou transtornos específicos são “os fenômenos
mórbidos nos quais podem-se identificar certos fatores causais, um curso
relativamente homogêneo, estados
terminais típicos, mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos,
antecedentes genético-familiares e respostas a tratamentos mais ou menos
previsíveis”. A entidade nosológica possibilita o desenvolvimento de
procedimentos terapêuticos e preventivos mais eficazes. Contudo, apesar do
empreendimento no estudo das entidades nosológicas, em psicopatologia trabalha-se
mais com síndromes, por não se tratar, ainda, da definição e da identificação
de causas específicas de uma natureza essencial do processo patológico. Em psicopatologia,
é muito difícil traçar algo com precisão, como nas ciências exatas.
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