segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Introdução à semiologia psicopatológica

Este resumo é embasado no capítulo “Introdução geral à semiologia psiquiátrica” de Dalgalarrondo (2008). Primeiramente, é importante entender o significado de semiologia, que em um sentido amplo é definida como a “ciência dos signos” e não está restrita a uma área do conhecimento em específico. Dentro da semiologia, há a semiologia médica que diz respeito ao estudo dos sinais e sintomas que permite ao profissional avaliar e inferir um diagnóstico, assim como, o tratamento adequado. Para os psicólogos, é de especial interesse a semiologia psicopatológica, que estuda os sinais e sintomas dos transtornos mentais.
O signo é o elemento central da semiologia, por ser um sinal dotado de significação. Na psicopatologia, os signos de maior interesse são os sinais comportamentais objetivos, verificáveis através observação direta do profissional ao paciente, e os sintomas (vivências subjetivas, queixas, narrativas, relatadas pelo paciente).

De acordo com o filósofo Charles Peirce há três tipos de signos:
1)      O ícone: o elemento significante evoca imediatamente o significado;
2)      O indicador (índice): a relação entre o significante e o significado é de contiguidade; o significante é um índice que aponta para o objeto significado;
3)      O símbolo: aqui o elemento significante e o objeto ausente (significado) são distintos em aparência e sem relação de contiguidade. Não há qualquer relação direta entre eles, trata-se de uma relação puramente convencional e arbitrária.
Nessa perspectiva, “os sintomas psicopatológicos têm, como signo, uma dimensão dupla eles são tanto um índice como um símbolo” (p. 26). Por não ser tão objetivo quanto é o ícone que denota diretamente o significado.
A semiologia pode ser dividida em:
1)      Semiotécnica: se refere às técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta dos sinais e sintomas, assim como a descrição de tais sintomas (através de entrevista, observação, etc);
2)      Semiogênese: é o campo de investigação da origem, dos mecanismos, do significado e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas.

SÍNDROMES E ENTIDADES NOSOLÓGICAS

Síndromes são “agrupamentos relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas”. Já as entidades nosológicas, que pode também ser chamada de doenças ou transtornos específicos são “os fenômenos mórbidos nos quais podem-se identificar certos fatores causais, um curso relativamente homogêneo,  estados terminais típicos, mecanismos psicológicos e psicopatológicos característicos, antecedentes genético-familiares e respostas a tratamentos mais ou menos previsíveis”. A entidade nosológica possibilita o desenvolvimento de procedimentos terapêuticos e preventivos mais eficazes. Contudo, apesar do empreendimento no estudo das entidades nosológicas, em psicopatologia trabalha-se mais com síndromes, por não se tratar, ainda, da definição e da identificação de causas específicas de uma natureza essencial do processo patológico. Em psicopatologia, é muito difícil traçar algo com precisão, como nas ciências exatas.





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